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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Análise

Anos finais do ensino fundamental são esquecidos pelas políticas públicas

A pesquisa "Anos finais do ensino fundamental: aproximando-se da configuração atual", encomendada pela Fundação Victor Civita à Fundação Carlos Chagas, confirmou que esse segmento de ensino tem sido pouco analisado no Brasil.

O estudo investigou essa fase da escolarização, identificando algumas de suas especificidades e desafios para subsidiar novas pesquisas. Os resultados apontam que a defasagem idade-série (29,6%) é um dos grandes problemas desse segmento de ensino, ao lado da dificuldade de permanecer na escola: em 2010, 669.733 (4,7%) alunos abandonaram o ensino fundamental 2. 

Professores e alunos ouvidos na pesquisa identificaram as dificuldades vivenciadas pelos estudantes, no que diz respeito às novas rotinas, exigências e quantidade de docentes, para as quais não existem ações sistemáticas que os auxiliem a se adaptarem a essas condições.
As percepções desses professores sobre os anos finais do ensino fundamental e a entrada na adolescência ficaram circunscritas aos aspectos do cotidiano escolar, sendo pouco notadas as expectativas e a vivência dos adolescentes, que praticamente desaparecem diante da categoria "aluno". 

Além disso, talvez a principal dificuldade desse momento da escolarização seja não se saber bem quais são os objetivos a serem nele alcançados.
De fato, as políticas públicas federais e estaduais voltam-se para o ensino fundamental como um todo e não contemplam as necessidades de alunos e professores do 6º ao 9º ano. Na ótica da União e dos entes federados, esses anos permanecem esquecidos, sem receber a atenção que precisam e merecem. 

Além disso, apesar da legislação nacional prever articulação entre os níveis e fases de ensino, buscando assegurar a continuidade dos processos de aprendizagem e desenvolvimento dos educandos, não se sabe, ainda, como elas vêm sendo tratadas na formatação do currículo concreto das escolas brasileiras.

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